As consequências do pecado em nosso relacionamento
Deus nos criou para uma união íntima
com Ele, que nos levasse a relacionarmos conosco e com os
outros. Entretanto, o pecado a comunhão que outrora
tínhamos com o Senhor e como grave consequência
disto, desordenou-nos em todos os nossos relacionamentos.
Vamos ler Gn 3,7-20 e meditarmos um pouco a esse respeito.
O pecado cavou em Adão e Eva um grande abismo; já
não conseguiam mais se comunicar um ao outro. Pois
acusavam-se reciprocamente e se falavam cada vez menos. Muito
ao contrário do que acontecia quando habitavam no Jardim
do Éden. O relacionamento que possuíam no Paraíso
era a imagem de Deus.
O pecado nos tornou cegos e egoístas.
Mas como cegos? Ele nos tirou a visão interior
a respeito de Deus, conosco e com os outros. Egoístas,
pois buscamos a nós mesmos de maneira exclusivista,
querendo sempre a nossa própria satisfação
que gera a "independência" de Deus. O egoísmo
é uma doença que nos leva ao desamor dos outros,
a querer ser servido, a nunca abaixar-se para servir, aos
ressentimentos, ` as mágoas... Entretanto, contra
essa maldita enfermidade Deus nos concede sua Graça
Divina.
O pecado deixou várias seqüelas
em nós. O individualismo é um grande mal gerado
pelo pecado. Vivemos hoje numa cultura extremamente individualista,
onde a lei é cada um por si e Deus por todos. Aprendemos
desde o berço que quem pode mais chora muito menos.
O individualismo nos leva a uma recusa do relacionamento com
Deus, e sem o qual somos incapazes de nos relacionarmos com
os outros. " Se não amo ao irmão, a quem
vejo, como poderei amar a Deus? " ( I Jo 2,10)
Você conhece a história de Caim
e Abel? Nela vemos o reflexo daquilo que o pecado fez
ao coração do homem. Vamos ler atenciosamente
Gn 4, 1-25.
O primogênito, Caim, tornou-se como
seu pai Adão, agricultor e lavrador. Ao contrário,
Abel, escolheu ser pastor e cuidar de ovelhas. Este ofício
oferecia-lhe tempo para rezar, para escutar a Palavra de Deus
e servi-lo. O que Abel significa para nós? É
a pessoa cuja vida está em caminho para atingir a vida
eterna. Não possui um lugar fixo, mas está sempre
a caminho. Não esforça-se para acumular propriedades,
e dá a Deus o que há de melhor.
E Caim? É o protótipo do
homem preso às coisas deste mundo, que investe o melhor
do seu tempo e dos seus talentos para realizar exclusivamente
a si mesmo através do sucesso material. Porém,
todo seu sucesso se transformou num insucesso e derrota. Tornou-se
um errante, sem parada, e não encontrou nenhuma satisfação
verdadeira, nem sequer nesta vida, onde tudo é passageiro.
O coração de Caim era tomado
pela competição e pelo individualismo. Ele não
trabalhava para Deus, mas para si, e não suportava
de forma alguma ver a predileção de Deus por
Abel. Por isso, tomado pela inveja eliminou aquele cuja vida
era voltada para Deus, provocando assim o primeiro assassinato
na história do homem. Tudo isso que vimos levou-nos
a uma isenção da responsabilidade para com o
outro. Um exemplo claríssimo que podemos tomar está
em Mt 27, 24. Pilatos para não assumir seu posicionamento
em relação a Jesus, o qual acreditava ser inocente
preferiu lavar as mãos. Quantas vezes você não
lavou sua mão para não assumir qualquer responsabilidade
com o teu próximo? Vamos rezar um pouco sobre isso.
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